quarta-feira, 5 de junho de 2013

Uma homenagem à Mãe Natureza.

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POEMA XAMÂNICO

Deitei no papel
E me tornei borboleta
Voei entre as linhas
Buscando inspiração
Flores caíram sobre mim
E eu suguei o seu néctar
Sentindo aromas e perfumes
Aos poucos um jardim
Construiu-se ao meu redor
E eu visualizei toda a vida
Emergindo da Natureza
Um ciclo de cores e de luzes
Cobrindo-me e envolvendo-me
Transformando e multiplicando
De borboleta virei libélula
E mergulhei num lago
De águas límpidas e cristalinas
Como uma carpa eu nadei
E voltei à superfície
Para tornar-me uma tartaruga
Carregando mansamente
A Terra sobre si mesma
Ao ver uma toca eu entrei
E me transformei
Em lebre
E depois em tatu
Ao sair, por um instante, fui coruja
E espreitei tudo
Com meu olhar obscuro
Eu podia sentir cada animal
Agitando-se dentro de mim
Querendo fazer parte
Da minha jornada evolutiva
Um urso me envolveu
Num abraço carinhoso
E eu virei um tigre a correr
Cheguei em planícies seguras
E deitei-me ao chão
Como uma serpente
Para deslizar novamente sobre o papel
Até tornar-me gente outra vez
Mas, guardando em minha essência
A sensação de cada espírito animal
Meu sonho xamânico acabou
Mas minha caminhada continua
Até que eu encontre novamente
O Universo dentro de mim

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