PROCURANDO
Procurei você por toda parte e não encontrei...
Onde você estava quando eu precisei?
Eu olhei a chuva caindo e pensei em ti.
Nas flores pelo caminho, pensei que Te reconheci.
Mesmo assim me senti solitário e abandonado.
Eu busquei você nas ondas do mar, nas marés e nos oceanos.
Eu busquei você em tempestades, ventos e rios.
Busquei você no calor e no frio, mas não te senti.
Mesmo assim continuei buscando...
Quando parei de buscar na natureza, iniciei a busca pelo interior de cada partícula da Terra.
Minha busca foi constante e incessante; quase exaustiva...
Quanto mais eu buscava, mais eu me desiludia e me perdia.
Então, cansei e decidi parar. Comecei apenas a observar.
Observei o ciclo das águas e o movimento do ar...
Depois observei a terra e como ela se modifica sem parar.
Observei todos os elementos e me senti parte integrante deles.
Depois de tanto observar, me senti observada e comecei a sentir algum incômodo.
Então, voltei a procurar mas, dessa vez, busquei em lugares ermos e remotos.
Também busquei em plantas e animais; em rochas, lagos e vulcões.
E quanto mais eu buscava, parecia que menos eu encontrava.
Por fim, desisti de minha busca e me conformei.
Fiquei apenas parado e pensando...
Fiquei horas, dias e semanas apenas ouvindo e sentindo.
Não senti fome, sede ou frio; nem solidão eu senti.
E, de repente, eu comecei a enxergar o que antes eu não enxergava.
Enxerguei o bater de asas de uma abelha e senti sua energia ser tocada pelo pólen da flor.
Eu vi o fio tecido pela aranha e senti sua inquietação ao ser observada.
Olhei cada detalhe e cada acontecimento da natureza e como tudo era sincronizado e perfeito.
Primeiro percebi isso no olhar de uma criança e depois no sorriso de um idoso.
Em seguida, observei cada ser humano e cada atitude entrelaçada dos seres vivos e não vivos.
E, foi então, que senti, que vi e percebi: você estava lá o tempo todo!
Eu olhei para cada ser e vi você e depois olhei para eu mesmo e também te vi.
Então, percebi que você era a essência que estava presente em cada um - a Centelha Divina.
E eu continha você também, enquanto você me continha.
Éramos um e únicos. Sempre fomos. Então, não me senti mais solitário ou incapaz.
Eu me senti parte do Todo e de você e sabia que você era parte de mim.
Agora, eu sou uma extensão de tudo e o tudo é uma extensão do que eu sou...
Eu entendi... Eu estou completo.